De 15 de maio a 14 de julho de 2024, na sala IMAS da UFN, ocorre a exposição “Cenas de uma Trajetória” que reúne obras desde 1989, selecionadas sob a curadoria de Círia Moro. São diferentes séries que demonstram algumas inter-relações ocorridas em 35 anos de produção artística. Algumas tratam de questões existenciais: - a série “introspecção” representam as nossas gavetas da memória; - as “Mandalas” simbolizam cada ser humano e salientam as interações e transformações ocorridas nas relações; - a série “Templos”, busca a plenitude dos interiores das igrejas e a busca da nossa igreja interior; - em “Verdades Transitórias” as questões femininas; - recentemente a série “Arquétipo da Mulher Selvagem” aborda a busca da essência feminina na natureza (se conecta com a preocupação ambiental de outras buscas poéticas). Nestas interiorizações saliento o transitório, questão que vem a tona tanto na máscaras de cada fase da vida, quanto no fato de, periodicamente, reconfigurar pinturas de anos anteriores.
Além de questões existenciais, a exposição trás a materialidade dos cenários domésticos e paisagens urbanas. Ainda na faculdade eu criava “cenários insólitos”, desconstruções da realidade onde obliterava a representação em perspectiva; com esse mesmo intuito surgiu a “Arquitetura Pintalgada”, mas não era qualquer arquitetura, tinha que ser prédios antigos, pois queria falar da “memória urbana”. Depois os cenários insólitos receberam “Cadeiras Aladas” com a intenção de reforçar a poesia visual do mundo paralelo que a arte propicia. Sendo a arte uma oportunidade de divagar e, ao mesmo tempo questionar, as principais reflexões que faço com a minha poética são: - o consumismo, na série “Dicotomia”; - a desigualdade social, na série “Coexistência”.
O que tem em comum em todas as temáticas, destas séries, é o fato de negar o estabelecido. Ao desenhar por cima de gravuras digitais, por exemplo, estou tornando-as peças únicas e negando a reprodutibilidade da tecnologia digital. Desconstruir imagens, por meio de sobreposições e transparências, é mais que um estilo poético, pois, nega a construção real cartesiana da realidade e assim busca um ideal poético.
A exposição não contempla toda a minha produção, todos os meus questionamentos, é um recorte que muito me agradou, feito com a curadoria de Círia Moro, onde compôs o espaço com uma visão diferente da minha, que me fez olhar com outros olhos a minha produção. Gratidão pela curadoria, com sensibilidade aguçada, que me oportunizou mais uma possibilidade de leitura da minha produção poética.
Exposição: Cenas de uma Trajetória
Artista: Simone Rosa
Curadoria: Círia Moro (artista plástica e professora universitária)
Texto crítico: Sandra Knackfuss (artista plástica e professora universitária)
Local: Sala IMAS, térreo do prédio 14, conjunto III da UFN (rua Silva Jardim, 1175)
Horário de visitação: - Terça: manhãs (8h - 12h) e tardes (13h30min - 17h30min);
- Quarta: manhãs (8h - 12h);
- Quinta: manhãs (8h - 12h) e tardes (13h30min - 17h30min);
- Sexta: tardes (13h30min - 17h30min)
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