Essa série mistura pintura e gravura digital na construção de um vídeo exposto como vídeo instalação.

 

Com a intenção de hibridizar distintas linguagens em imagens cruzadas que desconstroem a paisagem urbana, criou-se paisagens fachadas fictícias. A criação de paisagens urbanas ficcionais da Vila Belga (Santa Maria/RS) resultou em ambientações utópicas que revelam a percepção da realidade, imbricada com o universo imaginário que, entre figuração e transfiguração, propõe uma visão diferenciada deste espaço urbano, onde o imaginário, o sonho e a ilusão se materializam na representação poética.

 

Por meio da pintura, da gravura digital e da filmagem da Vila Belga, ocorre a desconstrução plástica das representações inusitadas que demarcam um espaço e um território, ao mesmo tempo em que representam o espaço urbano desfigurado em prol de outras aparências, próprias do espaço sensível que só a arte permite realizar.

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Nesta proposta plástica, as antigas casas da Vila Belga são associadas à imaginação na criação de outro espaço, uma paisagem urbana relacionada ao sonho e a fantasia. Ocorreu (e ocorre) a partir do uso pelos diferentes moradores em diferentes épocas, uma descaracterização da sua arquitetura, foram aos poucos se afastando das suas características originais.  Dessa forma, a poética deste trabalho está na referência a metamorfose ocorrida através dos tempos, que resulta em uma transfiguração da realidade e na criação de outra transfiguração, a imaginária.

 

A desordem e desconstrução evidenciada nas imagens criadas nas “transfigurações do espaço urbano” são acentuadas por meio da transparência, sobreposição e negação das regras da perspectiva. O resultado final são paisagens urbanas ficcionais, representações inusitadas, que demarcam espaços e territórios, ao mesmo tempo em que se tornam espaços sem tempo, representa o passado que permanece de modo desfigurado.

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